"Thriller" e "We are the world" estão orfãs, morre Quincy Jones

Produtor e arranjador morreu em sua casa em Bel Air, em Los Angeles. Ganhador de 28 Grammys, dois Oscars e um Emmy.

O icônico produtor musical Quincy Jones faleceu neste domingo (3) aos 91 anos, cercado pela família em sua casa em Bel Air, Los Angeles. Aclamado por revolucionar a música, Jones trabalhou com lendas como Aretha Franklin, Ray Charles e Frank Sinatra e colecionou prêmios: foram 28 Grammys, dois Oscars honorários e um Emmy. Ele foi a mente criativa por trás dos álbuns de sucesso de Michael Jackson — Off The Wall, Thriller e Bad — ajudando a consolidar o "Rei do Pop" na música mundial.

Quincy Jones (Wikipédia)

Jones teve uma carreira brilhante e inovadora, trazendo colaborações que ficaram para a história, como o solo de Eddie Van Halen em "Beat It" e a introdução de Vincent Price em "Thriller". Em nota, a família declarou:

"Com corações cheios, mas partidos, celebramos a grande vida que ele viveu e sabemos que nunca haverá outro como ele".

Grande pesquisador, incentivador e observador de todas manifestações musicais de qualidade, Jones é um grande admirador da música brasileira. Entre os artistas favoritos, figuram Simone, a qual ele citava como "uma das maiores cantoras do mundo", Milton Nascimento, Gilson Peranzzetta e Ivan Lins.

Bibliografia

Quincy Delight Jones Jr., conhecido como Quincy Jones, nasceu no dia 14 de março de 1933, em Chicago, Illinois, EUA. Considerado um dos músicos, produtores e arranjadores mais influentes da história da música, sua carreira abrange mais de sete décadas, com uma contribuição imensurável para os gêneros de jazz, pop, música clássica e música de cinema. Ao longo de sua vida, Jones trabalhou com alguns dos maiores nomes da música e se tornou uma figura central na indústria musical global.

Primeiros Anos e Início da Carreira

Quincy Jones cresceu em Chicago, mas se mudou com sua família para Seattle, Washington, ainda na infância. Desde muito jovem, Jones demonstrou um grande talento para a música, iniciando sua carreira como trompetista e compositor. Ele estudou na Seattle Conservatory of Music e, mais tarde, no Berklee College of Music em Boston, onde se formou.

Sua carreira profissional começou a decolar quando ele se mudou para Nova York na década de 1950, onde passou a trabalhar como arranjador e trompetista. Ele colaborou com artistas de jazz renomados como Count Basie, Duke Ellington e Louis Armstrong, o que ajudou a solidificar sua posição no cenário musical.

Carreira como Produtor e Arranjador

Nos anos 1960, Quincy Jones se tornou um dos produtores mais procurados e inovadores da indústria. Ele trabalhou com uma série de artistas de renome, incluindo Frank Sinatra, Ray Charles, Dinah Washington e Sarah Vaughan. Sua abordagem única de arranjo e sua habilidade de mesclar diferentes estilos musicais o tornaram uma referência na música de jazz e na música popular.

Em 1964, ele se tornou o primeiro afro-americano a ser indicado ao prêmio Grammy como produtor de um álbum, e esse foi apenas o começo de uma série de realizações que tornariam Jones uma lenda. No início dos anos 1970, ele já estava se consolidando como uma das maiores figuras na produção musical mundial.

O Ápice com Michael Jackson

Sem dúvida, um dos maiores marcos de sua carreira foi sua colaboração com o ícone da música Michael Jackson. Quincy Jones produziu alguns dos álbuns mais icônicos da história da música pop, incluindo "Off the Wall" (1979), "Thriller" (1982), e "Bad" (1987). Em particular, o álbum *Thriller* se tornou o álbum mais vendido de todos os tempos, com mais de 66 milhões de cópias vendidas mundialmente. O trabalho de Jones com Jackson revolucionou a música pop e marcou uma era de inovação sonora.

Expansão para a Música de Cinema e Televisão

Além de seu trabalho no estúdio, Quincy Jones também se destacou como compositor de trilhas sonoras para filmes e televisão. Ele foi responsável pela trilha sonora do famoso filme *The Color Purple* (1985), que foi indicada ao Oscar. Ele também compôs a música para o clássico *In the Heat of the Night* (1967) e para a série de TV *The Fresh Prince of Bel-Air* (1990-1996).

Reconhecimento e Prêmios

Ao longo de sua carreira, Quincy Jones recebeu uma série de prêmios e reconhecimentos, incluindo 28 prêmios Grammy, o que o torna um dos artistas mais premiados de todos os tempos. Ele também recebeu o prêmio Grammy Lifetime Achievement Award e o Polar Music Prize, considerado o "Nobel da música". Em 2001, foi incluído no Hall of Fame da Academia de Artes e Ciências da Música.

Legado e Impacto

Quincy Jones não é apenas um mestre na música, mas também um defensor das questões sociais e políticas. Ele tem sido um importante ativista em várias causas, incluindo a luta pelos direitos civis, a educação musical e a promoção da cultura afro-americana. Sua carreira transcende os limites da música, fazendo dele uma figura que influenciou não apenas a indústria musical, mas também a cultura popular e a sociedade como um todo.

Com mais de 300 álbuns produzidos e mais de 60 anos de carreira, Quincy Jones continua a ser uma das figuras mais importantes e respeitadas no mundo da música. Seu impacto é imensurável, e sua habilidade de inovar e criar música que transcende gerações assegura seu lugar como uma das maiores lendas da música mundial.