Israel é atacado pelo Irã

Oriente Médio vive escalada de tensões: Irã lançou cerca de 200 mísseis contra Israel nesta terça-feira (1/04) como resposta aos ataques de Israel ao grupo terrorista Hezbollah. Embora atue no Líbano, grupo é financiado pelo regime iraniano.

O ataque aéreo do Irã com aproximadamente 200 mísseis balísticos em direção a Israel é mais um capítulo na escalada de tensões entre o país e o grupo terrorista Hezbollah nas duas últimas semanas.

A maior parte dos mísseis atingiu Tel Aviv, onde uma série de explosões foi registrada. Segundo o governo de Israel, duas pessoas ficaram feridas de forma leve.

A ofensiva foi a primeira resposta do Irã desde a escalada nos conflitos entre Israel e o Hezbollah. Embora atue no Líbano, país alvo de ofensivas israelenses, o grupo é financiado pelo regime iraniano.

Como Israel e Irã não dividem fronteira, um eventual conflito aberto entre os países poderia acontecer pelo ar, com o uso de jatos, caças e outras aeronaves e o lançamento de mísseis. O bombardeio realizado pelo Irã nesta terça (1) é um exemplo.

Entenda o conflito

O conflito entre Israel e Irã é um dos mais complexos e persistentes do Oriente Médio, envolvendo uma combinação de disputas territoriais, rivalidades políticas, e questões religiosas e ideológicas. Embora Israel e o Irã não compartilhem fronteiras diretas, as tensões entre os dois países têm raízes históricas profundas e se intensificaram ao longo das últimas décadas.

Origens das Tensões

Até a Revolução Islâmica de 1979, o Irã era um dos poucos países muçulmanos que mantinha boas relações com Israel. Ambos compartilhavam interesses estratégicos comuns, principalmente para conter a influência soviética e de grupos árabes mais radicais na região. Porém, com a ascensão do aiatolá Khomeini ao poder e a transformação do Irã em uma República Islâmica, a postura do país mudou drasticamente. O novo governo iraniano adotou uma retórica hostil contra Israel, chamando-o de “Estado sionista” e não reconhecendo sua legitimidade, com base na defesa da causa palestina.

Escalada das Rivalidades

Nos anos 2000, as tensões cresceram com o desenvolvimento do programa nuclear iraniano, que Israel considera uma ameaça direta à sua segurança. Enquanto o Irã sempre afirmou que seu programa nuclear é para fins pacíficos, Israel e outros países ocidentais temem que o objetivo real seja a produção de armas nucleares. Esta preocupação levou Israel a realizar uma série de operações de inteligência e ciberataques, como o ataque ao programa nuclear iraniano em 2010 com o vírus Stuxnet, que danificou centrífugas nucleares iranianas.

Guerra por Procuração e Conflitos na Região

O conflito se expandiu para uma “guerra por procuração” no Oriente Médio, onde ambos os países apoiam grupos e facções opostas. Israel vê como ameaças diretas as milícias apoiadas pelo Irã, como o Hezbollah no Líbano e grupos na Síria e no Iraque, que representam potenciais forças de ataque nas fronteiras israelenses. O apoio militar e financeiro do Irã a essas organizações armadas reforça a rivalidade, enquanto Israel realiza ataques aéreos preventivos contra alvos iranianos e aliados na Síria, buscando impedir a consolidação de bases militares próximas ao seu território.

O Papel dos Estados Unidos e a Instabilidade Regional

Os Estados Unidos desempenham um papel importante neste conflito, apoiando firmemente Israel, tanto em termos de segurança quanto de alianças políticas, e mantendo uma postura crítica e de sanções econômicas contra o Irã. A saída dos EUA do acordo nuclear iraniano em 2018 e a reimposição de sanções aumentaram ainda mais as tensões, levando o Irã a retomar algumas atividades nucleares.

Conflito Contínuo e Possibilidades de Futuro

O conflito Israel-Irã permanece sem uma solução definitiva, e a instabilidade regional é um desafio constante. O aumento do poder militar iraniano e a preocupação israelense com as ambições nucleares do Irã tornam difícil um acordo entre os países. Tentativas de negociações regionais e internacionais, como o Acordo de Abraão, buscaram acalmar as tensões entre Israel e países árabes, mas o Irã não aderiu a essas iniciativas, considerando-as uma ameaça.