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'Alerta a saúde global': o superfungo fatal Cândida auris, infectou três pessoas em Belo Horizonte

  • Foto do escritor: Vozes Sertao
    Vozes Sertao
  • 11 de nov. de 2024
  • 4 min de leitura

Atualizado: 20 de jan.

Pacientes infectados pelo fungo Candida auris estavam internados no Hospital João XXIII; outros 22 estão sendo monitorados.


Recentemente, o Brasil confirmou três casos de infecção pelo superfungo Cândida auris em Belo Horizonte, Minas Gerais, elevando o nível de alerta sobre esta ameaça global. Identificado pela primeira vez no Japão em 2009, o Cândida auris tem se espalhado rapidamente em ambientes hospitalares, causando preocupação devido à sua alta resistência a medicamentos e dificuldade de controle.


O Hospital João XXIII, em Belo Horizonte, confirmou três casos de infecção pelo superfungo *Candida auris*, de acordo com a Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig). Os casos foram confirmados por exames realizados no laboratório central da Fundação Ezequiel Dias.


Dos três pacientes infectados, dois já receberam alta, um em setembro e outro no início de outubro. O terceiro segue internado. Além disso, outros 22 pacientes com suspeita de infecção estão sendo monitorados, aguardando resultados de exames. A Fhemig informou que todos estão assintomáticos.


Candida auris
Candida auris

O Que É a Cândida auris?


O Cândida auris é um fungo que pode causar infecções graves em humanos, especialmente em pacientes imunossuprimidos. Ele se destaca por sua capacidade de sobreviver em superfícies por longos períodos, tornando-se uma das principais causas de infecções hospitalares.


O fungo foi identificado pela primeira vez em 2009, no Japão, e preocupa autoridades de saúde devido à sua resistência aos medicamentos antifúngicos e dificuldade de identificação. No Brasil, os primeiros casos surgiram em 2021, sendo mais comum em pacientes com baixa imunidade internados por longos períodos.


Para evitar sua propagação, é fundamental seguir rigorosos protocolos de higiene, especialmente em ambientes hospitalares, com a correta desinfecção de superfícies e utensílios médicos.


As principais características da Cândida auris incluem:


  • Alta Resistência: Muitos casos mostram resistência a medicamentos antifúngicos comuns, como azóis e equinocandinas.

  • Dificuldade de Identificação: Em muitos laboratórios, ele pode ser confundido com outras espécies de fungos, atrasando o tratamento.

  • Altíssima Mortalidade: Taxas de mortalidade podem chegar a 60%, especialmente em pacientes vulneráveis.


Casos no Brasil

O Ministério da Saúde confirmou que os três casos registrados em Belo Horizonte ocorreram em pacientes internados em um hospital da cidade. Embora medidas de isolamento e desinfecção tenham sido implementadas, os casos reforçam a necessidade de maior vigilância epidemiológica.


De acordo com a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), o desenvolvimento de meios de cultura específicos para identificar a Cândida auris é crucial para evitar a disseminação do fungo. Esse avanço pode ajudar na identificação precoce e na implementação de medidas rápidas de contenção.


Por Que o Cândida auris É Tão Preocupante?


A preocupação com a Cândida auris é global e decorre de vários fatores:


1. Infecções graves: Candida auris pode causar infecções em várias partes do corpo, incluindo sangue, cérebro, ou feridas. Ele é particularmente perigoso para pacientes com sistema imunológico comprometido, como aqueles em unidades de terapia intensiva (UTI), pessoas com diabetes ou que fazem uso de dispositivos médicos invasivos (como cateteres).


2. Resistência aos antifúngicos: Uma das características mais preocupantes de Candida auris é a sua resistência a múltiplos tipos de antifúngicos. Isso torna as infecções causadas por ele difíceis de tratar, e em alguns casos, pode não haver opções eficazes de tratamento.


3. Transmissão nos hospitais: O fungo é frequentemente transmitido em ambientes hospitalares, onde pode colonizar superfícies e equipamentos médicos. A transmissão ocorre principalmente por contato direto com o paciente ou superfícies contaminadas. Sua capacidade de sobreviver por longos períodos em superfícies ambientais contribui para a sua propagação em ambientes de cuidados intensivos.


4. Dificuldade no diagnóstico: A identificação de Candida auris pode ser desafiadora, pois ele pode ser confundido com outras espécies de Candida em testes laboratoriais comuns. Exames de cultura especializados e sequenciamento genético podem ser necessários para um diagnóstico preciso.


Tratamento

- Tratamento: Como muitas cepas de Candida auris são resistentes a medicamentos antifúngicos comuns, o tratamento pode exigir antifúngicos mais fortes ou uma combinação de tratamentos. A escolha do antifúngico depende do perfil de resistência da cepa específica.

Medidas de Prevenção e Controle


Os protocolos de prevenção são essenciais para conter a disseminação do fungo. Entre as principais ações, destacam-se:


  • Higiene Rigorosa: Lavagem frequente das mãos e desinfecção de superfícies hospitalares.

  • Isolamento de Pacientes: Manter pacientes infectados ou colonizados em isolamento para evitar a transmissão.

  • Vigilância Epidemiológica: Monitorar constantemente casos suspeitos e confirmados.

  • Capacitação de Profissionais de Saúde: Garantir que equipes hospitalares estejam treinadas para identificar e lidar com o fungo.



O Que o Futuro Reserva?


Com a confirmação de casos no Brasil, o país entra em uma lista crescente de nações impactadas pela Cândida auris. Pesquisas, como as conduzidas pela UFMG, são fundamentais para o desenvolvimento de novas tecnologias e estratégias de controle.


Além disso, organizações internacionais como a Organização Mundial da Saúde (OMS) e os Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) reforçam a necessidade de cooperação global para enfrentar essa crescente ameaça à saúde pública.


Conclusão

O surgimento da Cândida auris no Brasil é um alerta para toda a rede de saúde. A combinação de resistência a medicamentos, dificuldade de diagnóstico e alta mortalidade exige ação rápida e coordenada para evitar um impacto maior. O combate ao superfungo requer investimentos em pesquisa, vigilância rigorosa e conscientização de profissionais e da população sobre a gravidade do problema

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